A Psicóloga e sua profissão paradoxal
- viviannecalado
- 15 de set. de 2022
- 2 min de leitura

A nossa profissão é inegavelmente paradoxa. Ao mesmo tempo que precisamos de um grande envolvimento com nossos clientes, precisamos manter a objetividade apropriada.
Nós precisamos ter uma quantidade substancial de conhecimentos sobre os seres humanos em geral, mas em cada atendimento precisamos apreciar a experiência única do nosso cliente.
Martin Buber sugere que nossa atuação necessita de uma "presença-distanciada". Nós precisamos estar totalmente presentes na relação terapêutica e ser capaz de refletir sobre o que está sendo experienciado.
É uma atuação onde nós precisamos estar atentos ao que sentimos a cada momento na relação terapêutica, compreender “a serviço de quê” aquela sensação está operando, e transformar isso numa intervenção que possa ser aproveitada para o cliente ampliar a consciência sobre si mesmo, por exemplo.
Neste sentido, a Psicoterapia é um trabalho científico que demanda do Psicólogo conhecimento e sensibilidade, requer a integração com a arte, além de muita criatividade para desenvolver intervenções coerentes e que possam realmente estarem a serviço de cada cliente.
A pessoa do terapeuta está também a todo o momento sendo forçado a se perceber na relação com seus clientes e por isso, o trabalho pessoal, os processos de supervisão e o contínuo investimento profissional são de extrema importância para o autocuidado do profissional, bem como para a eficácia de sua atuação.
No momento atual, onde também estamos atravessados pelo isolamento social decorrente desta Pandemia e vivenciando histórias próximas aos dos nossos clientes, faz-se ainda mais necessidade de atenção ao autocuidado.
Realço que para ser Psicóloga é preciso estudo, é preciso autoconhecimento, é preciso saber ouvir e processar as informações transformando-as em intervenções, é preciso entender sobre comportamento humano, sobre emoções, sobre motivação, sobre o psiquismo, sobre o contexto sociocultural-cultural que vivemos, sobre processos cognitivos de aprendizagem, sobre uma forma de comunicação que sensibilize o outro a se ouvir e se perceber... é preciso uma formação!
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